SONETO VIL
No ir e vir dessas noites necromantes,
Fogo arcano empenhei por vis sigilos --
Feito sombra de alguém que ardeu bem antes,
Seus algozes e a sanha de iludi-los.
Sou a cinza orgulhosa dos instantes
Desse tempo, sem mestre, sem pupilos,
Fustigado por ventos suplicantes
Que ouvido algum logrou bem discerni-los.
À luz da débil chama já não cismo
Nem pela glória tenho amor, tampouco --
Centrado em mim, devolvo o olhar do abismo.
E tu, leitor, quem és nas noites vis?
És rei, bufão, escravo, sábio ou louco?
...um fogo arcano sabe e logo diz...
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