SONETO VIL

No ir e vir dessas noites necromantes,

Fogo arcano empenhei por vis sigilos --

Feito sombra de alguém que ardeu bem antes,

Seus algozes e a sanha de iludi-los.

Sou a cinza orgulhosa dos instantes

Desse tempo, sem mestre, sem pupilos,

Fustigado por ventos suplicantes

Que ouvido algum logrou bem discerni-los.

À luz da débil chama já não cismo

Nem pela glória tenho amor, tampouco --

Centrado em mim, devolvo o olhar do abismo.

E tu, leitor, quem és nas noites vis?

És rei, bufão, escravo, sábio ou louco?

...um fogo arcano sabe e logo diz...

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Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 13/07/2020
Código do texto: T7004385
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