Sinfonia


Na quietude interna de minh'alma,
Ressoa a longínqua sinfonia.
No paradoxo se forma então a salva,
Num cantarolar louco de euforia.


Minh’alma vazia a tudo repele.
Exposto ao vago meu ser então cria,
Verso, que ligue e ao mundo revele;
A dor que se fez em mim moradia.


Maldigo as cores que foram trocadas,
O límpido azul que foi encoberto
Pelas nuvens negras e acinzentadas.

E o furor sinfônico e incerto
Entre risos e sons entrecortados
Abrem inda mais as portas do deserto.