Fonte de Saudade


O sol se põe, esconde-se no horizonte.
Os pássaros recolhem-se pro seu sono.
Meu peito, então se abre numa fonte,
Lamuriante, tétrico no abandono.


Salpico, então, na saudade deixada
Com peito em febre, por amor insano
Gota a gota de lágrima brotada,
De pobres olhos que parecem oceano.


Reclamo da vida a própria razão
Julgo-me, então num trapo perdido
Vivo em inércia, moro na solidão.


E quando o sol despontar no horizonte
Eu verei de novo o colorido,
E de saudades se abrirá minha fonte.