No horizonte do Ser
Para além dos precipícios do nada
Onde mora o filósofo, ave audaz,
A quem a trégua não consiste em paz
E o pensamento é aguda espada...
A veraz existência é desvelada –
É Cronos que não volve para trás
A natureza, a qual transmuta e faz –
Poesia pelo cego recitada!...
Livre, a exultar poeticamente,
Está o pensador ante o Sol poente,
Contemplando o horizonte esquecido...
Absorto em um elã misterioso,
Junto ao céu profundo e silencioso,
Como se o Ser pudesse não ter sido.