MULHERES DE AREIA
Mulheres de cama, mesa e banho
No mundo, não têm onde se encaixar
Engana-se aquele que preservar
Esse pensamento vil e tacanho.
Não há mais as meigas e doces “Amélias”
Nem sei se um dia já existiram
Sátira de poetas que partiram,
Deixando-nos a imaginar “Ofélias”.
Shakespeare e Mário Lago, sábios,
Legaram-nos suas divas imortais
Elas são simples mulheres de areia,
Desejo de homens insanos ou ébrios.
Uma submissa; outra, amou demais.
Quem quer as mulheres de “sangue na veia”?
(Publicado em 2015, no livro Não diga que a poesia está perdida.)
Cleusa Piovesan
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