MULHERES DE AREIA

Mulheres de cama, mesa e banho

No mundo, não têm onde se encaixar

Engana-se aquele que preservar

Esse pensamento vil e tacanho.

Não há mais as meigas e doces “Amélias”

Nem sei se um dia já existiram

Sátira de poetas que partiram,

Deixando-nos a imaginar “Ofélias”.

Shakespeare e Mário Lago, sábios,

Legaram-nos suas divas imortais

Elas são simples mulheres de areia,

Desejo de homens insanos ou ébrios.

Uma submissa; outra, amou demais.

Quem quer as mulheres de “sangue na veia”?

(Publicado em 2015, no livro Não diga que a poesia está perdida.)

Cleusa Piovesan

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Cleusa Piovesan
Enviado por Cleusa Piovesan em 11/07/2020
Código do texto: T7002513
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