Érika

Era uma noite lúrida...

Com um mavioso e pálido luar,

A solidão, meu ser foi abarcar,

A alcova era tétrica, como uma ermida.

Com um atro ar viciado e algente,

Eu tinha apenas uma garrafa de tinto, como alento,

Para silenciar o meu ingente lamento,

Em um debalde epílogo para esse ensejo dolente...

Com minh' alma amofina e nua,

Precipitei um errar, pela erma rua,

Foi quando avistei uma silhueta langue.

Que desvelava um ínfero carpir, no seu olhar,

Que por amar, a existência veio a findar,

No álgido ósculo, que a morte tange.

Em VII de março de MMXX. E. V.

Dies saturni

Marvyn Castilho
Enviado por Marvyn Castilho em 08/07/2020
Código do texto: T6999380
Classificação de conteúdo: seguro