ET CATERVA
ET CATERVA
Entre canalhas, tudo é tão vulgar!...
A malta que escarnece dos demais
Com olhos de malícia vê banais
Os crimes que não ousa confessar.
Mas ri, às gargalhadas, ao zombar
De todos o chefete dos boçais,
Que s'entende o maior dos maiorais,
Embora ande no escuro a rastejar.
Celebram todos juntos os seus vícios
Em mútua desconfiança dos patrícios,
Cujo sangue derramam torpemente.
Por fim, entocaiados nos escombros,
Ao brindar os estúpidos dão de ombros
Na fé de que ninguém é inocente.
Betim - 07 07 2020