Ego, único demônio
Deludido ego – eis o onipresente
Falso eu em nós, que a todos envenena,
Único demônio, cego, prepotente,
Tendo no autoapreço a chaga que o condena!
No volátil trono da restrita mente
Sofre os desamores da visão pequena,
Mas dali comanda o reino delinquente
Que ao negro abismo alegremente acena!
Seja lá o que venha desse eu tão tolo
P’ra quem busca um norte leva o desconsolo
E p’ra quem o segue – ódio ou confusão!
No que tange a mim, em luta cotidiana,
Tal presença hostil à convivência humana
Busco derreter na luz do coração!
Campo Grande, 04/07/20