Ego, único demônio

                               
Deludido ego – eis o onipresente
Falso eu em nós, que a todos envenena,
Único demônio, cego, prepotente,
Tendo no autoapreço a chaga que o condena!
 
No volátil trono da restrita mente

Sofre os desamores da visão pequena,

Mas dali comanda o reino delinquente
Que ao negro abismo alegremente acena!
 
Seja lá o que venha desse eu tão tolo
P’ra quem busca um norte leva o desconsolo
E p’ra quem o segue – ódio ou confusão!
 
No que tange a mim, em luta cotidiana,
Tal presença hostil à convivência humana
Busco derreter na luz do coração!
 
Campo Grande, 04/07/20

Walter S Barbosa
Enviado por Walter S Barbosa em 04/07/2020
Reeditado em 18/02/2022
Código do texto: T6996130
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