NUMA MANHÃ DE INVERNO (soneto)

Inverno. Defronte a inspiração. Cato por quimera

Sobre os sentimentos calados, e a agasta solidão.

Devaneios, perturbação. E a sensação na espera

No frio... tudo solitário, e desgarrado da emoção

A vidraça da janela, embaçada, úmida atmosfera

Tal uma tela em branco, aguardando uma demão

De imaginação, e perfume da delicada primavera

Aí, assim, adornar a epopeia devotada ao coração

E logo, ao vir do vento, gelado, ao abrir a janela

Invade a alma a sensação dum vazio subalterno

No horizonte cinza e tão sem uma luzida estrela

E eu olho o céu deserto, e vejo com o olhar terno

Absorto, com uma oca ideia de uma cor amarela

Que priva o estro poético, numa manhã de inverno

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

03 julho de 2020 – Triângulo Mineiro

Olavobilaquiando

Vídeo no YouTube:

https://youtu.be/JgJ9xBKriaM

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 03/07/2020
Reeditado em 06/07/2020
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