NOVA VIDA
Tem aquele pastor de nome Páris,
Enone, a formosura desses cantos
Que é sua vida, amor, o seu encanto
E o faz mais venturoso que seus pares.
Desconhecendo o berço e outra vida
Guarda as ovelhas pronto, lesto e atento
Enfrentando o calor, o frio e o vento
Naqueles socavões do Monte Ida.
Porém aquele mundo era quimera:
Do rei de Troia, Príamo, era herdeiro
Abandonou surrão, cinto e cajado.
Não era mais pastor, e o amor primeiro
Também ele ficou abandonado:
Em novo mundo há sempre nova espera.