BARCOS DE PAPEL

Levem meu sonho barcos de papel
ao ímpeto da chuva e da enxurrada
Vamos! Coragem! Sigam na jornada
porquanto o sol, se hoje está revel

depressa há de voltar e nada, nada
há de impedir que a luz da cor do mel
domine o ambiente. Seu bedel
a lua empalidece envergonhada

de ver tal enxurrada tão barrenta
e cheia de impurezas. Representa
o mundo como está. Prossigam barcos!

Sigam adiante em seus recursos parcos
Levem ao mundo os versos que componho
Criar um mundo lindo, eis o meu sonho

     Diógenes Pereira de Araújo
 

     INTERAÇÃO:
 
     BARCO DE PAPEL
 
Era criança num sertão de estio,
Na seca verde num vale de areia
Árido vento semente semeia,
Pela tórrida várzea de um rio
 
Mas a brisa da noite traz o frio
Que minha pele seca arrupeia,
No dia a poça d´água me encandeia,
Incendeia o capim como pavio.
 
Meu sonho era ir para a cidade,
O sonho foi e só ficou saudade,
Pendurada na vara de pescar.
 
Mas este meu antigo devaneio,
Parte do mesmo modo como veio,
Num barco de papel indo pro mar.
 
     Fcunha lima – Fernando Cunha Lima

 
Diógenes Pereira de Araújo
Enviado por Diógenes Pereira de Araújo em 02/07/2020
Reeditado em 02/07/2020
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