VIOLETA
Outrora campo de astros faiscantes,
seu firmamento de esperança, intuitos
arroxeou-se no temor, que brande
a faca atenta ao mais banal descuido.
A essência azul dos pensamentos índios
de liberdade, tez, nudez vermelha
se misturou a ensanguentada estrela,
e tudo ardeu lilás nos rumos ínvios.
A violência, peste que abocanha
e aperta seus tentáculos nas fibras,
entranha, à face, marcas violeta...
Porém, de tanto arder em roxos tristes,
fez-se ametista e, pedra, à faca, brilha
nos sonhos violáceos do infinito.