MIASMAS
MIASMAS
Os eflúvios noturnos d'ares sujos,
Oriundos de cloaca mal cheirosa,
S'espalham pela noite tormentosa
No visco de nojentos caramujos.
A tasca nauseabunda dos marujos.
Empesteia a ribeira onde andrajosa
Alguma sifilítica 'inda goza
Outro cancroso amor co'os ditos cujos.
O zunido voraz dos pernilongos
Lhes ressoa à cabeça em hora vária
Ao banzo de lembrar distantes Congos...
Maus ares: Mosquitada temerária
Que traz de longe por tumbeiros longos,
Febre amarela, dengue e até malária.
Betim - 29 03 1994