MARCAS
Enquanto tece, o mais gentil dos mares,
paisagens na retina e mimoseia
meu pensamento errante, a lua cheia
no chão despeja o brilho de colares.
O coração ainda galanteia,
curvado frente à pompa dos altares,
efêmeras quimeras, paladares
e andanças apagadas nesta areia.
Na solidão, cercado pelo escuro,
medito nas espumas, seus balés,
na prata resplendente e aqui murmuro.
Em mim também se elevam as marés
de pranto ao desenlace prematuro...
Na praia não há marcas doutros pés!