Armadilha
Dois lagos serenos emergem da sua face,
Tão azuis quanto o céu num dia claro,
Abismos perversos donde a ilusão nasce
Suscitando um misto de carícia e amparo.
São dois faróis os seus olhos acesos
A confundirem meu sexto sentido,
Deixando à deriva meus olhos indefesos,
Girando nesse redemoinho proibido.
Na sua boca uma taça de absinto,
Por onde a vida insidiosa me traga.
Ah! Quem há de fugir do instinto?
Atracada num abraço indolente,
Fitando o infinito azul dessa vaga,
Como não sentir-se eternamente adolescente?