Desata a água e a hora

Nos meus sonhos volto ao mar... Lavo a alma,
vejo os horizontes, ressonho a sorte...
Sinto a Marinha, raiz que me me acalma:
busco na lágrima seca o seu aporte...

Por estes mares naveguei ao vento:
futuro na proa, presente ausente...
Fiz mais : dobrei corações e acalentos
ao autoexterminio cientes...

Amei, não previ o futuro do amor...
Acabei só e saudoso na vida,
bem certo de que homem não sente dor...

Hoje, já sem tempo, invento e procuro
pensar as dores... Sei, fui mais duro
no passado, no amor, que no futuro...