CONVERSA RIMADA C/F.CUNHA
Eu só estava esperando um pretexto,
Um convite, uma deixa, uma abertura,
Para outra vez mergulhar nesta aventura,
De formular uma resposta ao teu texto.
É muito sério se meter neste contexto,
Onde muita gente boa não está segura,
Porém o vício ‘poesia’ não tem cura,
Fez um, faz cem, como o cesteiro com o cesto.
Sem ser um gramático, nem um cozinheiro,
Conheço o verso e o prato pelo cheiro.
Assim saboreio o verso e leio o prato.
Pelo alimento da alma eu agradeço
E pelo perfume do prato lhe sou grato.
A demora, foi como disse no começo.
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A inspiração deste meu verso sem cabeça veio daqui:
PRETEXTO PRA SER TESTO OU TEXTO
Toda panela velha tem seu texto,
Alguma coisa assim que lhe completa,
Se fosse escrito seria uma seleta,
Mas se é texto ou testo é só pretexto.
O texto torna o caldeirão bem testo,
Enquanto escrito de forma discreta,
Segue a linha firme de uma reta,
Da miscelânea ou pequeno trecho.
Nessa mistura é bom adivinhar,
Qual é o texto que se quer usar.
Para ter melhor significado.
Por mim agora uso qualquer um,
Se me zangar não uso mais nenhum.
Ou fico usando tudo misturado.
Este soneto enigmático,
Dedico a cada um que for gramático.
fcunha lima 14-05-2020
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Dando uma pausa nos contos de terror que escreve (bem), o poeta Leandro Severo encontrou tempo para fazer esta bela interação:
(sem título)
Enquanto leio e saboreio os textos
Sonetos esses bem arquitetados
De Cunha Lima e o velho "Jota" ao lado
Como maestros de letra e contexto
Eu, no entanto, preso em meu cabresto
Ausente de talento e de versado
Muito me alegro em ter vos visitado
E quando quero ler, me desembesto
Fico ligeiro, inteligente, esperto
Absorvendo o estilo e o jeito certo
Quem sabe faço um soneto depois?
Verdade é que tenho a alegria
De ler "seu Cunha" e Jota Garcia
E assim, de monta, eu já copio os dois.
Leandro Severo II
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Mestre Fernando Cunha Lima ataca novamente:
=POR UM CONTEXTO=
Quando um poeta vê um texto escrito
Nota-se pelo seu jeito se ele gosta,
Assim prepara logo uma resposta,
Um novo verso porém bem mais bonito.
Vai no parnaso e bem do infinito,
Um verso ele traz e nele aposta,
Que esta poesia sobreposta,
Não seja só um verso esquisito.
Mas não! Talvez só seja meio estranho,
O verso para ele foi um ganho,
Pausado numa grande inspiração.
Teve olhando o verso um pretexto,
De escrever seguindo um contexto,
Um verso construído de paixão.
fcunha lima
Gostando da brincadeira, escrevi:
RESENHA
Quando um verso tem uma resposta,
É quase certo que outro sobrevenha.
Voto que se mantenha esta resenha,
Que a gente faz porque a gente gosta.
Entre nós, é moda esta proposta,
Que acontece agora novamente,
Fico feliz e rindo de contente,
Tal qual um pintinho quando vê bosta.
A velha máquina, se cuido dela,
Reclama, mas pega na manivela,
E sempre me leva pra onde quero.
Vou terminando, quase à luz de vela,
Pois foi preciso muito lero-lero,
Pra continuar com esta querela.
Jota Garcia
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A brincadeira continua:
==DELIVERY DO VERSO I ==
Enquanto um velho vate se empenha,////
Para cumprir na boa o seu escrito,////
Do outro lado um vate esquisito,////
Tenta também entrar nessa resenha.//// /////
Na poesia logo se embrenha,/////
Na rapidez, tende a ficar aflito,////
Só por querer um verso mais bonito,//
De qualquer outro que ele já tenha.// /////
Bem de repente o verso se desenha,///
Até que a inspiração não se contenha,/
Com um enorme e belo escarcéu.///// /////
O verso faz seu trabalho de parto,//
Após seu delivery o reparto,////
Do meu juízo para seu papel.//// /////
Fernando cunha lima ? 22-05-2020. Ao mestre Jota com apreço. =
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E vamos em frente:
ESCOLHA DIFÍCIL
Um delivery no meu endereço,
Chegou agora, ainda está quentinho.
Da leitura ainda estou no começo,
Vou devagar como quem toma vinho.
Verso bonito, sei que não mereço,
Mas os recebo com muito carinho,
Neste momento em que já anoiteço,
Sentindo um dos pés fora do caminho.
Por emoção até mudei de assunto,
Agora que lembrei vou chegar junto,
Voltando ao tema já circunscrito.
Pra começo de conversa, pergunto:
Como escolher o verso mais bonito,
Entre os milhares que já tem escrito?
Jota Garcia
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LAVRA PREMIADA
Tento escolher, mas que dificuldade!
Entre os mais belos versos de um amigo,
Desde os mais velhos até o mais antigo,
Com a mais pura e total sinceridade.
Juro que não consigo em verdade,
Com certeza jamais isto consigo.
Ele não sabe, muito menos digo,
Porém irei usar toda vontade.
Pois versos lindos é o que ele tem,
Pesquiso um por um num vai e vem,
E vejo a minha busca encerrada.
No final quase morto de cansado,
Descubro que o soneto procurado,
São todos, da sua lavra premiada.
Fernando cunha lima 22-05-2020.
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Pensa que acabou?
VAIDOSO EU? ===
Se adivinhasse que tal fato ocorreria,
Do que escrevi apagaria a metade.
Coisas que escrevi só pensando em quantidade.
Sem mesmo saber o que era poesia.
O mestre, carinhosamente elogia.
Num gesto de nobreza e amizade.
Mais por minha persistência que qualidade,
Mesmo assim a gente aceita com euforia.
E pensa cá com seus botões que é possível,
Que haja entre o que escreveu algo passível,
De receber de um mestre um elogio.
A vaidade quando chega baixa o nível
De peito leve deita e dorme sossegado,
Até que enfim teve seu verso elogiado.
Jota Garcia