MUSSUCA

Terra de negros, vida de cão,

Tempo difícil, não era vida não!

Lutar, correr, fugir e se esconder,

Pra não ser encontrado e morrer.

Quilombo dos reinos do fim do mundo,

Longe de tudo, num vale profundo!

Sem alegria ou sentimentos de felicidades,

Passando pela vida em todas as idades.

Laranjeiras infernais depois do rio,

Na fuga era ali, passando fome e frio,

Que o negro na mata fechada se escondia.

Podia ser noite alta ou no sol a pino do dia,

Olhando pra trás, longe, a família... E a saudade,

Era tudo o que levava, no bornal da maldade.

Poeta Camilo Martins

Aqui, hoje, 21.06.09