LABIGÓ
Diz o menino ao irmão com a voz fanhosa:
Mauro matei uma lapingó! Era verdade.
Mas aquela maneira de ter feito a maldade
Para nós, meninos, não era maravilhosa...
Ficamos a olhar na sua mão o bichinho feio,
E na outra a arma do crime: Uma baladeira!
Que ele, com uma pedrada bem certeira,
Havia, de tantas outras, matado a que veio.
Não achamos, a principio, graça na brincadeira,
Mas quando ele, com aquela voz, ao irmão falou...
Era tudo que faltava! O Tote sorriu que soluçou!
Labigó era uma lagartixa, estava atrás de uma bananeira.
É ligeira! Fica em cima de uma pedra e a cabeça balança.
Não é fácil acertar, a gente corre e quase sempre não alcança.
Poeta Camilo Martins
Aqui, hoje, 18.06.09