O EXASPERO DO AMOR

Palatos se amalgamam,

Lençóis se misturam sobre a cama.

Olfatos e lábios têm tudo em comum;

Mesclados, sinceramente se amam.

Olhares se penetram e se perscrutam,

Ouvidos audíveis em gemidos se consultam.

Peles que se roçam se relam, e que se pelam,

Pelo atrito dos corpos que se insultam.

Ruídos imiscuem-se a plangores misturados.

E uma afônica dicotômica de sons esganiçados.

E o clímax coligado do cansaço pelo prazer,

Da cópula do amor de dois corpos cansados.

Da raridade de seus encontros tão desejados,

E desespero de um ao outro não perder.