O hálito
As tardes como espelho d' alma são:
Na brisa que o teu hálito fulgura
No beijo que enrubesce o coração
No olhar que se derrama de brandura
Lembranças como estrelas sorverão:
Os pensamentos que ardem com ternura
As emoções que tomam a atenção
A paixão que queimava porventura
A tua boca está cheia d' um vinho
Aflatado com pura poesia
De oscilante refrão de ardor marinho
No ocaso fervilhante eu me despejo
Entre as memórias que antes nos havia
De enlevos crepitantes de desejo