Temperanças.
As vezes me desperto mansa, em calmaria
Sou um assopro, ar sem turbulência
Sou a medida exata da paciência
Em mim ternura e paz faz moradia.
As vezes me desfaço em reticências
Em meus ouvidos grita a teimosia
A relutar ao que a sorte me infringia
E me entrego então a desobediência.
Velo os dias como quem perde um amigo
Brindo as noites com a minha poesia
Minha alma se transborda a cada hora
Que me toca o coração a nova aurora
Mesmo quando acorda em mim a rebeldia
Na minha alma a mansidão encontra abrigo.