Angico Torto
Se foi aquele céu azul lá na fazenda,
Dos sonhos da menina que desenhava,
O cantar dos pássaros, que encantava,
E os causos de ontem, de sua lenda.
A mãe na plantação aguava o seco chão,
O pai destemido no curral tirando leite,
As caras de boi na cerca, era o enfeite,
No Angico Torto, um desenho do sertão!
Hoje é utopia, um rabisco feito de poesia,
Nos versos, as borboletas coloridas, voam,
Por tempos passados, que não existe mais!
E tudo que o vento levou, o tempo não recria,
Somente as saudades dos vagalumes ecoam,
Nas vagas lembranças, ancoradas neste cais!
Poema musicado por Tonino Arcoverde