ALEM DE QUEDA, COICE

As rugas, de sua idade davam ideia,

Mas em seus olhos um brilho ainda restava,

Quando de seus melhores dias se lembrava:

As buscas pelo ouro com sua bateia.

Só encontrara o falso ouro de tolo,

Sua vida então tomou nova direção:

Milho, o novo ouro tirado do chão,

Dele produziu farinha em seu monjolo.

Mas um dia o rio o levou na enxurrada,

E agora só resta uma velha enxada,

Na parede encostada, ao lado da foice.

Quando a sorte nos falta, o povo nos diz,

Acertadamente: Além de queda, coice!

E encerra a estória daquele infeliz.

(Inspirado num tema do FÓRUM DO SONETO)

Jota Garcia
Enviado por Jota Garcia em 10/06/2020
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