ALEM DE QUEDA, COICE
As rugas, de sua idade davam ideia,
Mas em seus olhos um brilho ainda restava,
Quando de seus melhores dias se lembrava:
As buscas pelo ouro com sua bateia.
Só encontrara o falso ouro de tolo,
Sua vida então tomou nova direção:
Milho, o novo ouro tirado do chão,
Dele produziu farinha em seu monjolo.
Mas um dia o rio o levou na enxurrada,
E agora só resta uma velha enxada,
Na parede encostada, ao lado da foice.
Quando a sorte nos falta, o povo nos diz,
Acertadamente: Além de queda, coice!
E encerra a estória daquele infeliz.
(Inspirado num tema do FÓRUM DO SONETO)