AÇÃO E REAÇÃO

Logo após noite de chuva torrente,

Céu límpido e sol brilhante, o desejo

Do meu coração, que quando eu vejo,

Alegre fico e me abraso contente.

Tristonho eu atravessei o vilarejo

E à margem do rio que com enchente

De suas águas sujas indo em frente,

Destruiu barracos e o sonhado almejo.

Perguntei ao rio por que invade as vilas,

Deixando ao lento pobres sem abrigos

E sem compaixão suas casas destruí-las?

N’águas em borbulhar dos rios antigos

Disse o rio da enchente em vozes tranquilas:

“É a invasão de nossas margens, amigos”.