AGONIAS
Na algente madrugada, encontro mãos macias,
mergulho em convulsões a pele gotejante,
misturo meu suor ao teu instinto, arfante
frente à sofreguidão de loucas fantasias.
Entrego-me ao vigor de taras, agonias
e embarco rumo aos céus contigo nesse instante
repleto de lascívia, alegre caminhante,
sem nada mais querer além do que anuncias.
À gelidez do vento imponho meus ardores,
o brilho juvenil dos olhos sonhadores
tomados pelos teus, também efervescentes.
Somente uma estação conhece quem partilha
o amor em plenitude, aquela maravilha
plantada nos jardins de corações contentes.