ÂNSIAS INFINITAS

Recende teus manjares, alimenta

meus colibris sedentos por doçura!

Expande o regozijo, em mim procura

o elã entregue à rosa suculenta!

Lacera de uma vez a vestimenta

da minha timidez, desenclausura

e lança toda a tua formosura

à minha passarada barulhenta!

Em teu jardim suplico que permitas

pousarem estas ânsias infinitas

que, quando estou contigo, não domino.

Até que beijem pétalas suaves,

teus ares riscarão, aquelas aves,

tomadas pelo impulso libertino.