O Padre Tenório
Branco e silencioso o dia amanhecia.
A luz entrava pela janela da taverna
iluminando o resultado da baderna,
pois findara-se ali, uma louca orgia.
No chão, devassos e belas vendidas
ébrios, dormiam uns sobre os outros
entre garrafas, roncando como touros,
até abraçavam-se, aquelas almas perdidas.
Não é que um sarnento cão merencório,
entrou e lambeu uma gorda face desgastada
que repousava no lodo, como um rei no trono?
E finalmente, reconhecendo o seu dono,
o animal latiu, numa alegria desvairada,
pois, ora! se não era o Padre Tenório.