O EU POÉTICO E O EU POETA
Poetizar os momentos de alguém, dolente,
Não significa que o pensador está doente.
Estará apenas dissertando hipoteticamente,
Poesias que permeiam sua lúdica vertente.
O eu poético difere do eu poeta, simples assim!
Embora o poeta sempre presente assista a cena,
Mas na mira que ele treina, ele brinca até o fim,
E como simples narrador, ali, ele não contracena.
Um poeta fala de rancores como fala de amores
Mesmo seu coração estando livre como os ventos
Ou o seu corpo totalmente imune a essas ‘dores’.
O eu poético estará sempre lá..., rindo à toa.
E a presença do poeta, às vezes, ‘ressoa’,
No ‘tilintar do sino’ das rimas ou em pessoa.
ÊNIO AZEVEDO