SONETO TERRÍVEL

Alma de luto, sempre incompreendida,

Tudo no mundo sente, o ódio é emblema

Em tarde cinza e breve feito a vida,

Resquícios do que foi, não um diadema.

Pasmada e duvidosa, estarrecida,

Alma rendida aos termos de teorema

Terrível, que dirá do sol que ri da

Angústia no em redor? Fará um poema?

Será no tempo a estranha peregrina

Indo a estranhar na turba as rudes vozes

Ou os urros duma angústia que imagina.

Céu pálido do outono mais mofino,

A dor inveja as nuvens mais velozes

Entre o que almeja essa alma e o seu destino.

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Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 04/06/2020
Código do texto: T6967840
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