SONETO TERRÍVEL
Alma de luto, sempre incompreendida,
Tudo no mundo sente, o ódio é emblema
Em tarde cinza e breve feito a vida,
Resquícios do que foi, não um diadema.
Pasmada e duvidosa, estarrecida,
Alma rendida aos termos de teorema
Terrível, que dirá do sol que ri da
Angústia no em redor? Fará um poema?
Será no tempo a estranha peregrina
Indo a estranhar na turba as rudes vozes
Ou os urros duma angústia que imagina.
Céu pálido do outono mais mofino,
A dor inveja as nuvens mais velozes
Entre o que almeja essa alma e o seu destino.
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