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SONETILHO DA COSMOVISÃO

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A minha visão do mundo
voa tanto, tão depressa,
que mais demora um segundo,
porém não há quem a meça.
 
Visão assim, ora essa,
sem soçobrar no profundo,
muda-me o cerne e me apressa;
no comum, nem vai a fundo.  
 
Pois, cosmovisão sem perdas,
líquida, a meu «eu» perfeita,
assaz propensa às esquerdas.
 
Então, se o quengo me falha,
o bardo em mim não se ajeita
– o homem monta cangalha.

 
Fort., 04/06/2020.

 
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 04/06/2020
Código do texto: T6967341
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