De volta ao meu sertão
* OBS 1. Soneto premiado em primeiro lugar no Concurso de Cultura Nordestina - Prêmio Luiz Gonzaga 2021.
* OBS 2. Este alexandrino possui em seu ventre um soneto decassílabo. Se forem desconsiderados as duas últimas sílabas de cada verso, ainda assim o soneto permanece com novas rimas e com sentido.
À tarde, no terreiro, escuto um cão, que late...
Parado aqui observo o tom da mata, calma,
Que em brisa chega a mim e me formata a alma.
Tão belo é meu sertão! Não há quem não constate,
Repare o quanto é bom. O coração já bate
Mais forte. A chuva vem, como constata a palma,
A mão aberta... e o cheiro, então, delata, e acalma...
Aqui sou mais feliz, nesta missão de vate.
Avisto a instalação junto ao curral de ovelhas
E o natural jardim. Depois adentro em casa.
Eu sinto enorme paz! E nostalgia, em parte...
A chuva grossa faz um musical nas telhas.
No fogo aceso, à lenha, a espiga dentro, a brasa
Trabalha. O meu sertão é poesia... é arte!