TELHADO DE VIDRO
Se tive deslizes,-(mas quem não os teve?)
Hoje sou cicatrizes de raros deleites!
Fui trilha fechada...pelas matas da vida,
Fui cerradas cortinas, das vãs fantasias!
Se tive alegrias-também fui a agonia
Dum telhado de vidro...de portas entreabertas!
Fui caminho truncado qual sonho abortado,
Casa abandonada...fui cidade deserta!
Se carrego no peito só cenários arredios,
De cenas fantasmas mal interpretadas...
O meu peito que é célere... é também fugidio,
Pulsa um coração...só de portas trancadas!
Sou qual velho teatro, cujos dias de glória,
Se esvaecem no tempo...a encenar a memória.