soneto da pressa desprovida de alma
a noite dilui a chuva
a chuva abraça a noite
apenas uma pessoa na rua
trinta e uma mil mortes
e esta pressão desumana
para abrir as lojas e tudo
que é comércio consumindo
vidas almas valores
(você nem parece que cresceu
continua criança sonhando)
eu sei eu ouço e não me calo
sou antena sou formiga mas faço parte
desta onda que avança calma e firme
sobre o ódio e a inconsciência