Sobre a dor
A dor que me corrói e me entedia,
Provém do teu olhar, que é pura neve
Que cai em meu viver e nele inscreve,
Um verso sem amor, sem poesia.
Por mais que busque paz, sinto a agonia
De esse viver sem sol, que não se atreve
Romper o breu do véu, que é frágil e leve
Para voltar a crer no que se cria.
A dor que assim me dói e me esviscera
é ver morrer o amor que se declina
sem ter a luz solar, sem ter quimera.
Eu sei que tudo passa – a vida ensina –
Que o amor em si se esvai, mas não se espera
que morra sem morrer, gele a retina.
A dor que me corrói e me entedia,
Provém do teu olhar, que é pura neve
Que cai em meu viver e nele inscreve,
Um verso sem amor, sem poesia.
Por mais que busque paz, sinto a agonia
De esse viver sem sol, que não se atreve
Romper o breu do véu, que é frágil e leve
Para voltar a crer no que se cria.
A dor que assim me dói e me esviscera
é ver morrer o amor que se declina
sem ter a luz solar, sem ter quimera.
Eu sei que tudo passa – a vida ensina –
Que o amor em si se esvai, mas não se espera
que morra sem morrer, gele a retina.