PRISMA
Eu fui seguindo uma abstrata ilusão
Em pavimentos e poeiras desta cidade
Divagando sob o sereno do sertão
Indo num só sentido desta fria saudade.
O prisma de cores e'meu coração
Espelha a sua única cor de verdade,
O rubro escuro que percorre a direção
Habita no ôco dessa minha metade.
Agora a chuva cai, e o vento murmura
Dirijo tentando fazer minhas juras
Para que essas gotas sejam seu olhar.
Até o sol brilhar estou e'meu instinto
E nesta dormência da vida eu sei, e sinto,
Que seus olhos eu não verei em outro lugar.