Amor cravado no peito
Amor cravado no peito
Que chama forte que penetra n' alma,
Que destrói, dilacera, mata e chora
Silenciosamente; flebéis palmas
No teatro da dor, no esmo do agora.
São fulguras ardentes que, de horas
Em horas, atormentam e desalma
O amor, que a solidão e a ternura mora,
Na ânsia de sentir briosa calma.
Meu coração a vagar, chorosamente,
Com as valvas chorosas, descontentes...
Mas, enfim, encontrei-te no luar...
No meu peito, com um prego, cravaste
À medalhas e à insígnia que encontraste,
No belo ourives que lapida o amar.