Amor cravado no peito

Amor cravado no peito

Que chama forte que penetra n' alma,

Que destrói, dilacera, mata e chora

Silenciosamente; flebéis palmas

No teatro da dor, no esmo do agora.

São fulguras ardentes que, de horas

Em horas, atormentam e desalma

O amor, que a solidão e a ternura mora,

Na ânsia de sentir briosa calma.

Meu coração a vagar, chorosamente,

Com as valvas chorosas, descontentes...

Mas, enfim, encontrei-te no luar...

No meu peito, com um prego, cravaste

À medalhas e à insígnia que encontraste,

No belo ourives que lapida o amar.

Cardoso de Figueiredo
Enviado por Cardoso de Figueiredo em 30/05/2020
Reeditado em 30/05/2020
Código do texto: T6962484
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