UM SONETO
Mauro Pereira
Cavalgo o ritmo de um verso errante,Que tenta fugir, de um soneto, aos grilhões.
Alcanço uma rima em métrica distante,
E em quatro estrofes ajunto as porções.
Mas quando as ponho em meio aos brilhantes:
Ribella*, Machado, Bilac ou Camões,
Engulo o orgulho, me sinto um farsante,
Atendo-me às normas que o verso impõe.
Pois mesmo um estreante, ao criar um soneto,
Se torna um maestro a escrever partitura.
É como um pintor ante sua obra-prima.
Não basta juntar a duas quadras, tercetos!
Soneto é poema, é música é pintura.
Mistura de acordes, de tintas, de rimas.
Patos de Minas,01/05/2020
* Suely Ribella - Poetisa do Recanto das Letras e do BRASIL!