Casto sacrilégio

Chorosamente, a paixão aflorada

De uma vida chorosa, que, vivendo

Às dores sanguinárias; na estrada

Lacrima, vaga, chora comovendo,

Flebilmente, às pessoas. Nas entradas,

Do báratro banal, estão comendo

Uma chorosa alma magoada,

E o fêmur e a clavícula roendo...

Mesmo assim é paixão feroz, ardente...

Que, no âmago do peito, é fogo quente:

Sentimentos carnais que dilacera...

São palpitações d'alma, no teu seio,

Sacrilégios castos, bem asseios,

Capazes de domar hercúleo e fera!

Cardoso de Figueiredo
Enviado por Cardoso de Figueiredo em 29/05/2020
Código do texto: T6961926
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