BEM DE AMOR
Com seu traço, no meu, desenhado,
refloresço, vicejo-me as sendas;
com fiozinhos de lua, fiz rendas
que me adornam a pele em bordado.
Com seu passo, no meu, confundido,
hei de ser amparado nas ondas
de seu colo, que espanta hediondas
vilanias da vida bramido.
E em seu laço, no meu, envolvendo,
beijo brisa, frescor de varandas
em manhã de um dourado estupendo.
Que tal sorte, de mim, não se esquive,
com seus dribles e giro em cirandas:
bem de amor, que eu ainda não tive.