PELAS VIAS DO SONHO
Eu nunca me senti tão velho, assim
E, olha que só tenho 65
Por trás das tramelas e dos trincos
Somatizo impressões que fazem mal prá mim.
Procuro minimizar os efeitos com afinco
Pois sei, que o imprevisível aproxima o fim
Imagino mares, horizontes, campos de arbustos e capim
Exílios de sonhos. Tempo e espaço onde brinco.
E, a mesma voz que comanda o verso
Se cala em sonhos povoados de estrelas
No reverso, delas se apropria. Como descrevê-las?
Assim se destranca, num abrupto escancarar de janelas,
Dos portais dos devaneios
Dando asas à alma, bem longe de tais anseios.