Clamo!
Clamo a perversidade retraída
estática e perdida na noite
quando a índole exausta e moída
solta-se num intenso açoite.
Clamo! Um clamor que mais parece
uma lamúria, dilacerando o peito
febril, como um floreio que fenece
sem que saibamos dar algum jeito.
Clamo como entoam as castanholas
as mocinhas, madalenas fatigadas
que em matinas quentes enluaradas
Surgem às ruas em refinadas camisolas
encobrindo as aparências maltratadas
quando crianças ainda, violentadas!