ÀS SOMBRAS

ÀS SOMBRAS

Sombra da torre sobre o espelho-rio.

Entre as brumas espalha-se, nevoento,

O luar sobre as ruínas do convento

Onde em sombras me assombra um calafrio.

Sem embargo, esse luar de desvario,

Aterra a torre à noite em desalento:

Enquanto almas sem paz uivam no vento.

Sinto medo, porém, do medo rio.

Sombra da torre sobre o rio ao luar.

Em desvario, cala o frio o medo,

Onde obscuro segredo a se ocultar.

Talvez assombrações sem desenredo

Século afora para mais penar...

Lua de prata à noite que enveredo.

Sapucaia do Norte - 08 12 1994