IZABEL FOI PARA CIDADE
Gritava Izabel lá no alto do morro...
Cantava, talvez, esfregando um lençol...
O seu canto de amor não pedia socorro...
Izabel só falava de amor, de arrebol...
De saudade talvez Izabel murmurasse,
De um amor que ficou no longínquo sertão...
O seu canto talvez é um triste disfarce,
É um gemido talvez, talvez é solidão...
Quando o galo cantava no parco terreiro,
E a brisa tocava nas frestas da casa,
Talvez Izabel até imaginava
Que morasse talvez numa grande mansão...
Izabel canta agora o dia inteiro
Num quarto, ainda, de um velho galpão.