ESPERAS
Suplicam asas, numerosos pares,
esses desvairos do juízo, implumes,
porque me atingem da lascívia os gumes,
brilham banquetes de carnais manjares.
Se eu te levar, invadiremos ares,
infinitudes da paixão, ardumes;
abraçaremos vendavais, perfumes,
para Afrodite levantando altares.
Senhora, vem extravasar teu gosto,
deitar a seiva, colorir meu rosto,
apaziguar um coração aflito!
Tua presença me alimenta feras,
amansa lábios, adocica esperas
e satisfaz enclausurado grito.