GENTE BERNE
Numa nação se traduz o mundo
dos desvalidos de amor divino;
atordoados, da borda ao fundo,
num sobe e desce, sem rumo e tino.
Até comungam com assassino,
esperam pazes de um iracundo
e pensam manso o voraz lupino
e lambem baba do nauseabundo.
Já não discernem o que há na frente;
na travessia do rio ingente,
se doam, carnes, para as piranhas....
Enquanto passa, tranquilo, o barco
dos sugadores do resto parco
de suas podres e vis entranhas.