OLHAR DE ESPANTO
Se bem me lembro, em vida, tanto e tanto
tive meus olhos sempre escancarados
Os olhos, sempre os tive arregalados,
a olhar o mundo com olhar de espanto
Os fatos foram sendo introjetados
com tal furor a me impedir o pranto
Por isto, às vezes, fujo para um canto
e ali me ponho oculto ensimesmado
a fim de organizar as muitas lágrimas
Encaixotá-las, pôr em prateleiras
onde possa ir buscá-las às carreiras
para as chorar se houver pessoas más
que não crescem nem querem ver crescer
e enquanto sofrem fazem-nos sofrer
Diógenes Pereira de Araújo
Se bem me lembro, em vida, tanto e tanto
tive meus olhos sempre escancarados
Os olhos, sempre os tive arregalados,
a olhar o mundo com olhar de espanto
Os fatos foram sendo introjetados
com tal furor a me impedir o pranto
Por isto, às vezes, fujo para um canto
e ali me ponho oculto ensimesmado
a fim de organizar as muitas lágrimas
Encaixotá-las, pôr em prateleiras
onde possa ir buscá-las às carreiras
para as chorar se houver pessoas más
que não crescem nem querem ver crescer
e enquanto sofrem fazem-nos sofrer
Diógenes Pereira de Araújo