Soneto do 'pensar alto'
Entre um pensar e outro, o alerta
O ouvido 'amigo' indiferente a lamentação aberta
Assim faz-se ensejo ao afago dum travesseiro
O repousar sem recursa: confidente e companheiro
Invicto estou a eufórica ilusão da cerveja
pois as magoas doem-me donde eu esteja
Um vendaval que vem, vai, e diz: Ate logo!
Dai a noite a claro, resta-me o monólogo
Aca estarei no exercício assíduo do queixume
A revelia do destino e seus malfazejo(s)
Mas da melancolia do final de festa imune
Em mim ,de certo, há um firme desapego
Da felicidade cujo finitude não atiça-me desejo
Pois tê-la sempre não me massageia o ego