Áurea

Teu corpo frágil, magro, branco, esguio

Esconde a tua força de mulher, inata

Consegue o que quer de maneira pacata

Avassaladora e ao mesmo tempo gentil

Bem sabes, tens o poder, me deixou febril

Teu olhar vem como o corte que mata

Navega destemida como uma pirata

Suave porém certeiro como um assovio

Tuas palavras cultas, sempre com precisão

Saídas de tua pequena boca cintilante

Caminho doce, inabalável e errante

E se é mesmo tão inevitável nossa cisão

Fico com teu olhar meigo e provocante

E com teu abraço terno e aconchegante