Eu escrevi esse soneto em nome da posição estrutural que ocupo, em termos geracionais...somos humilhad@s, velh@s, negr@s, indígenas e mais e mais... se a vida é uma vidraça, eu sou a pedra
Distopia
Edir Pina de Barros
Suspensa nesse vácuo que me enlaça,
sem nada que me apoie ou dê suporte
prossigo só, sem nada que conforte
o meu viver sem vida, tom e graça.
Ninguém sequer me vê, ninguém me abraça,
(sou vulnerável, ícone da morte),
e passo sem passar, sem que me importe
se vivo por detrás de uma mordaça.
Resisto ao vírus que semeia o drama:
se a vida é uma vidraça eu sou a pedra
que rompe o espaço quando não se espera.
A vida é um vir a ser que o tempo trama
em meio ao caos e que se atira, apedra
nas brenhas da incerteza e da quimera.
Distopia
Edir Pina de Barros
Suspensa nesse vácuo que me enlaça,
sem nada que me apoie ou dê suporte
prossigo só, sem nada que conforte
o meu viver sem vida, tom e graça.
Ninguém sequer me vê, ninguém me abraça,
(sou vulnerável, ícone da morte),
e passo sem passar, sem que me importe
se vivo por detrás de uma mordaça.
Resisto ao vírus que semeia o drama:
se a vida é uma vidraça eu sou a pedra
que rompe o espaço quando não se espera.
A vida é um vir a ser que o tempo trama
em meio ao caos e que se atira, apedra
nas brenhas da incerteza e da quimera.